quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Reflexão para o pôr-do-sol

Fé e amor


Por: José Demilson de Jesus
Ancião e Diretor de Comunicação da igreja local

Certa vez tive um sonho bastante interessante: sonhei com um eloquente pregador em uma esquina bastante movimentada. As pessoas se aglomeravam ao seu redor enquanto que com bastante entusiasmo ele falava sobre a fé e o poder que ela tem de mudar vidas ao nosso redor. Falou sobre o resultado da fé em aliviar o sofrimento dos moribundos e daqueles que necessitam de nosso auxílio. Parecia-me que pregava com bastante convicção e suas palavras me causava grande admiração. No entanto, ao olhar mais para o lado, ali mesmo, vi uma mulher paralítica pedindo esmolas, aproveitando a oportunidade daquele ajuntamento. O pregador, nada notava, enquanto que aquela mulher se arrastava pelo chão, suplicando aqui e ali um bocado de pão, e uns trocos para satisfazer suas necessidades. Ao acordar, fiquei muito tempo tirando lições sobre aquele sonho, principalmente para minha vida.

O apóstolo São Paulo, em uma de suas cartas (Tiago 2:15 e 16) falou-nos de uma fé sem proveito, que é aquela baseada em palavras cheias de significado, mas vazias, se não houver as obras que impulsionam essas mesmas palavras. Disse ele:
"Se um irmão ou uma irmã estiverem carecidos de roupa, e necessitados do alimento cotidiano, e qualquer dentre vós lhes disser: Ide em paz, aquecei-vos, e fartai-vos, sem, contudo, lhes dardes o necessário para o corpo, qual é o proveito disso?"

Vivemos em tempos que se falam tanto de fé que parece que estamos em um tempo de grande comoção e reavivamento espiritual, porém ao nosso redor ainda continuam morrendo pessoas de fome e tantas outras padecem por falta de amor, não parece-lhe uma grande contradição? Igrejas lotadas oferecendo soluções para diversos problemas, soluções para quem está sem dinheiro, doente ou endividado, as pessoas vão, mas o que elas oferecem é oração por eles e nada mais. Jamais vi uma igreja que oferece "prosperidade" aos seus membros, distribuindo dinheiro para eles, pelo contrário, eles acabam pedindo; ou quem sabe alguém dando um testemunho que Deus o prosperou e por esse motivo ele criou uma fundação que abriga menores abandonados ou quem sabe, que distribui refeições em sua casa aos menos afortunados que ele, você já ouviu isso? Se ouviu pode ser, mas é raro acontecer. Na maoria das vezes as pessoas falam asim: "Eu estava endividado, com problemas na família mas Deus me ajudou porque eu comprei um carro, tenho agora uma casa maravilhosa pra morar, tenho meu próprio emprego, enfim... " Lastimoso ouvir tais testemunhos.

Agora, que tipo de fé temos e como essa fé tem modificado não a sua vida, mas a vida de outrem? Como seus vizinhos o têm visto? Como o seu conjugue, seus filhos tem notado a sua fé? Sabemos que a fé sem obras é morta (S Tiago 2:20) o que torna necessário em nós uma fé que se reflita em um caráter cristão cujo fruto se revele no amor ao próximo e é isso que faz e fará a diferença no final.
Jesus te perguntará: "quantos você ajudou com sua fé?", e não "como você foi ajudado?", entende o que quero dizer? Viver na fé é mais do que uma simpes tira de bons atos, é uma corrente de influência que praticamente te arrasta para fazer o bem.

”Nunca devemos passar por um sofredor sem buscar comunicar-lhe o conforto com que nós mesmos somos por Deus confortados. Tudo isso não é senão um cumprimento do princípio da lei – o princípio ilustrado na história do bom samaritano, e manifesto na vida de Jesus. E quando os filhos de Deus manifestam misericórdia, bondade e amor para com todos, também eles estão dando testemunho do caráter dos estatutos do Céu. ... O amor de Deus no coração é a única fonte de amor para com o nosso semelhante” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 505).

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